quarta-feira, 9 de maio de 2007

Jorge Borges de Macedo, apontamento biográfico

Jorge Borges de Macedo (JBM) nasceu em Lisboa a 3 de Março de 1921. Seu pai, José de Macedo, foi secretário-geral do Partido Republicano Radical e um defensor da solução federalista com as colónias, nomeadamente com Angola. JBM licenciou-se em 1944 na Faculdade de Letras de Lisboa em Ciências Histórico-Filosóficas com a tese A Situação Económica no Tempo de Pombal - Alguns Aspectos, estudo que, depois de publicado, em 1951, “passou imediatamente a constituir uma obra de referência sobre o governo e o tempo do Marquês de Pombal” (Jorge Pedreira). Em 1957 entrou na mesma faculdade como assistente da Prof.ª Virgínia Rau na cadeira de Teoria da História e do Prof. Manuel Heleno na cadeira de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Um ano depois tornou-se bolseiro do Centro de Estudos Históricos do Instituto de Alta Cultura, iniciando então os estudos sobre a problemática da indústria portuguesa, que viria a constituir o objecto de análise da sua tese de doutoramento. Doutoramento que se realizou em Junho de 1964 com a defesa da tese Problemas de História da Indústria Portuguesa no Século XVIII, onde o historiador examina longa e analiticamente os factores internos e externos que presidiram ao desenvolvimento da indústria, e que constitui, segundo alguns autores, o seu trabalho de maior de maior fôlego. Obtém nas provas 19 valores. Três anos depois, em Junho de 1967, JBM obteve o título de professor agregado de História. Em 1969 vamos encontrá-lo como catedrático da Secção de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A seguir ao 25 de Abril de 1974 foi saneado desta faculdade, com a sua reintegração no ensino superior a acontecer pouco depois, em 1977, a convite da Universidade Católica Portuguesa, para a docência das cadeiras de História Económica e História Diplomática. No ano de 1980 regressou à Faculdade de Letras como regente da cadeira de História Contemporânea de Portugal. É durante este período que JBM readquire a sua notoriedade pública como historiador, resultado também da sua actividade como comentador de política internacional. Os seus trabalhos respondem então às múltiplas solicitações que lhe são feitas, versando os mais diversos assuntos. Em 1990, a convite do Secretário de Estado da Cultura, Pedro Santana Lopes, foi indigitado para director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, função que desempenhou até ao seu falecimento. No dia 3 de Março de 1991 JBM jubilou-se como professor catedrático da Universidade de Lisboa. Durante a cerimónia foi ainda homenageado com o colar de Grande Oficial da Ordem de Santiago de Espada. Morreu a 18 de Março de 1996, com uma obra notável a todos os títulos e com vários projectos e trabalhos por acabar.

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